Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa. No meio, a gente descobre que tudo o que faz você voltar pra casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz, uma ideia)
foi perda de tempo.
A gente descobre que sofremos mais com as coisas que imaginamos que estejam acontecendo do que com as que acontecem de fato.
Que amar é lapidação, e não destruição. Que certos riscos compensam - o difícil é saber previamente quais.
Descobre que é preciso dar uma colher de chá para o acaso.
Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante.
Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase?
Ora, é sempre mais forte. Descobre também que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável.
Que tocar na dor do outro exige delicadeza.
Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência. Que é mais produtivo agir do que reagir.
E descobre que a vida não oferece opção: ou você segue, ou você segue.
Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais. Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade.
E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda; esse meio todo.
(Martha Medeiros)
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